"A gente vive no automático. Precisamos reeducar a mente e o corpo"
Mente quieta e atenta traz vida mais saudável
da Folha de S. Paulo
Nos anos 20, o médico espanhol Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) já reclamava do excesso de informações, tendo de conviver com o cinema, o rádio, as bandas tocando nas ruas e a multiplicidade de jornais impressos.
Quem lembra a história, descrita no seu livro "A Vida Vista aos Oitenta Anos", é o neurocientista Ivan Izquierdo, do Centro da Memória da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "Imagine se ele vivesse hoje em dia", brinca Izquierdo, um dos maiores pesquisadores sobre memória.
Em meio ao bombardeiro de informações que as pessoas recebem todos os dias, a tarefa de ordenar e de acalmar os pensamentos é cada vez mais difícil. Segundo o especialista, existe um "aparelho" no cérebro chamado de memória de trabalho que tem a função de "separar o joio do trigo". "Ele fica o tempo todo checando as informações que já temos arquivadas e as novas que chegam, para discernir o que devemos guardar", diz Izquierdo, que pratica meditação para acalmar os pensamentos. "O segredo é saber manter o foco da atenção somente no que nos interessa."
Piloto automático
"A gente vive no automático. Precisamos reeducar a mente e o corpo", afirma o antropólogo Arthur Shaker, coordenador do centro de meditação budista Casa de Dharma. Ele afirma que o propósito da meditação é "purificar" a mente.
"Nesse esforço, a prática está apoiada em dois ramos: um deles é a tranqüilização da mente, que leva à concentração e à serenidade, e o outro é o desenvolvimento da visão clara de tudo aquilo que está acontecendo com o corpo e com a mente a todo momento", explica.
Além de diminuir a torrente de pensamentos, a meditação também tem como objetivo tentar evitar os chamados pensamentos não-saudáveis.
"Só acalmar a mente não é o suficiente. É preciso mudar os padrões de comportamento mental, conhecer o processo. A idéia é levar o estado meditativo para o dia-a-dia", afirma.
Pensamento livre
"O livre pensador é como um ser extraterreno. Ele se difere do rebanho humano", afirma o psiquiatra Oton Bastos, professor da Universidade Federal de Pernambuco. Para ele, a discussão de opiniões opostas é fundamental para que o homem continue pensando.
"As pessoas evitam pensar, estão robotizadas", diz ele, que sugere a leitura de textos que apresentem sempre diversos pontos de vistas sobre um tema para que a pessoa busque sua própria síntese.
A leitura é ainda o melhor remédio para conservar a memória e pode ajudar na prevenção de doenças como o mal de Alzheimer. "Os portadores de Alzheimer que têm o hábito de ler demoram mais para manifestar os efeitos da doença. E, quando eles aparecem, têm menor gravidade", afirma o neurocientista Ivan Izquierdo.
da Folha de S. Paulo
Nos anos 20, o médico espanhol Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) já reclamava do excesso de informações, tendo de conviver com o cinema, o rádio, as bandas tocando nas ruas e a multiplicidade de jornais impressos.
Quem lembra a história, descrita no seu livro "A Vida Vista aos Oitenta Anos", é o neurocientista Ivan Izquierdo, do Centro da Memória da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "Imagine se ele vivesse hoje em dia", brinca Izquierdo, um dos maiores pesquisadores sobre memória.
Em meio ao bombardeiro de informações que as pessoas recebem todos os dias, a tarefa de ordenar e de acalmar os pensamentos é cada vez mais difícil. Segundo o especialista, existe um "aparelho" no cérebro chamado de memória de trabalho que tem a função de "separar o joio do trigo". "Ele fica o tempo todo checando as informações que já temos arquivadas e as novas que chegam, para discernir o que devemos guardar", diz Izquierdo, que pratica meditação para acalmar os pensamentos. "O segredo é saber manter o foco da atenção somente no que nos interessa."
Piloto automático
"A gente vive no automático. Precisamos reeducar a mente e o corpo", afirma o antropólogo Arthur Shaker, coordenador do centro de meditação budista Casa de Dharma. Ele afirma que o propósito da meditação é "purificar" a mente.
"Nesse esforço, a prática está apoiada em dois ramos: um deles é a tranqüilização da mente, que leva à concentração e à serenidade, e o outro é o desenvolvimento da visão clara de tudo aquilo que está acontecendo com o corpo e com a mente a todo momento", explica.
Além de diminuir a torrente de pensamentos, a meditação também tem como objetivo tentar evitar os chamados pensamentos não-saudáveis.
"Só acalmar a mente não é o suficiente. É preciso mudar os padrões de comportamento mental, conhecer o processo. A idéia é levar o estado meditativo para o dia-a-dia", afirma.
Pensamento livre
"O livre pensador é como um ser extraterreno. Ele se difere do rebanho humano", afirma o psiquiatra Oton Bastos, professor da Universidade Federal de Pernambuco. Para ele, a discussão de opiniões opostas é fundamental para que o homem continue pensando.
"As pessoas evitam pensar, estão robotizadas", diz ele, que sugere a leitura de textos que apresentem sempre diversos pontos de vistas sobre um tema para que a pessoa busque sua própria síntese.
A leitura é ainda o melhor remédio para conservar a memória e pode ajudar na prevenção de doenças como o mal de Alzheimer. "Os portadores de Alzheimer que têm o hábito de ler demoram mais para manifestar os efeitos da doença. E, quando eles aparecem, têm menor gravidade", afirma o neurocientista Ivan Izquierdo.
GINÁSTICA PARA O CÉREBRO- Para manter a memória ativa, é preciso exercitá-la diariamente, como um músculo - Faça palavras cruzadas, jogue xadrez, faça contas de cabeça - Ao final de cada dia, relembre cada coisa que aconteceu com você na seqüência correta - Para memorizar discursos ou se dar bem em apresentações, crie mapas mentais com palavras-chave e imagens atraentes para os olhos
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